O tempo, a cidade, o rio e o ouro: uma etnografia das vivenciais garimpeiras no rio madeira na cidade de Porto Velho
Amazônia, ouro, garimpo, rio Madeira.
Esta pesquisa é uma contribuição aos estudos sobre a mineração aurífera na Amazônia. A pesquisa se propôs a refletir, por meio de uma etnografia, sobre as vivências garimpeiras no rio Madeira na cidade de Porto Velho-RO. Por meio das vivências cotidianas no garimpo no rio Madeira, tentei dar voz aos sujeitos sociais, os garimpeiros operadores e seus modos de vida, seus medos, suas táticas e estratégias, o que me possibilitou uma maior compreensão da diversidade das questões pesquisadas. Primeiramente, comecei com a reconstrução da paisagem do garimpo no passado da Amazônia, verificando como era e como funcionava. O referencial teórico utilizado para o desenvolvimento do trabalho partiu de autores que desenvolveram estudos sobre o garimpo na Amazônia. As metodologias utilizadas foram a pesquisa bibliográfica e a pesquisa de campo por meio de observação participante. O local de estudo foi o garimpo do Simãozinho. O espaço temporal do estudo foi situado do final de 1970, até os dias atuais. Os resultados indicam que o garimpo no rio Madeira sempre esteve em constante transformações que afetam os sujeitos envolvidos na garimpagem e também o seu lugar social, no garimpo estão entrelaçados todos os limites sociais, econômicos, políticos e ambientais. Os limites geográficos estabelecidos pela legislação são meras formulações legais que envolvem complexas discussões, nas quais grupos mais ou menos antagônicos, a favor ou contra a garimpagem no rio Madeira, tentam fazer com que prevaleçam seus interesses