As fronteiras simbólicas entre Arawak e Tupi no Sudoeste Amazônico do Período Pré-Colonial ao contexto atual
Alto Madeira; Povos Arawak; Fronteira Arawak-Tupi; Iconografia; Interpretação iconológica
Essa pesquisa tem como objetivo investigar as representações simbólicas, as identidades e fronteiras culturais na história indígena no alto rio Madeira através da análise da iconografia nas cerâmicas arqueológicas classificadas como Pocó-Açutuba, Barrancoide e Polícroma da Amazônica, dos sítios arqueológicos Santa Paula, Veneza e Ilha de Santo Antônio. São analisadas as técnicas plásticas e crômicas a fim de identificar os grafismos presentes nesses conjuntos cerâmicos. Os artefatos encontrados nesses sítios datam entre 3200 e 420 AP. A Tradição Pocó-Açutuba, mais antiga, e o Estilo Regional Barrancoide, são ambos associados a povos de matriz cultural Arawak; ao passo que, a Tradição Polícroma da Amazônia, associada a povos Tupi. Questionamos quais grafismos estão elaborados nas cerâmicas, como são suas variações no espaço e ao longo do tempo, bem como quais são as representações simbólicas que se fazem presentes, tendo como foco os povos de matriz cultural Arawak. Para alcançarmos a proposta da pesquisa, realizamos uma contextualização dos estudos sobre os Arawak e Tupi na área de abrangência do estudo; em seguida, a partir de amostras de cerâmicas Pocó-Açutuba, Barrancoide e Polícroma, foi realizada uma análise dos desenhos presentes nos fragmentos maiores, nos quais era possível identificar os motivos; por fim, realizamos uma discussão sobre a interpretação das tipologias, a fim de elucidar as recorrências e as especificidades presentes nos sítios estudados.