A JUSTIÇA E O ESTADO NOS SERINGAIS DO RIO MADEIRA DURANTE O DECLÍNIO DO PRIMEIRO SURTO GUMÍFERO (1912-1918)
Palavras-chave: Primeiro Surto Gumífero; Estado; poder; justiça; Comarca de Santo Antônio.
O presente trabalho propõe uma reflexão relativa à atuação da Comarca de Santo Antônio sobre os seringais do rio Madeira, através da análise de processos datados de 1912 a 1918. Utilizando de fontes historiográficas, jornalísticas e relatórios oficiais, investigaremos a presença ou a ausência do Estado em áreas de produção de borracha. Tal qual, mediante compreensão foucaultiana, como se deram as relações de poder, com a chegada de uma instituição do Estado, em ambientes dominados pelos barrões da borracha, assim como o vale do rio Madeira. Nos questionaremos até que ponto essas autoridades distintas colaboravam ou disputavam domínio; e se com o declínio da economia da borracha, os seringalistas ficaram mais suscetíveis a renunciarem privilégios. Para tal objetivo, introduziremos a pesquisa apontando questões teórico-metodológicas que guiaram essa produção. Em seguida, como parte inicial de contextualização, descreveremos o Primeiro Surto Gumífero focando nos laços violentos criados pelo aviamento entre seringueiros e seringalistas. Logo após, apresentaremos Santo Antônio e sua estrita relação com a economia da borracha; para além, discutiremos os conceitos de Estado e poder, para então falarmos sobre a chegada da Comarca, suas ações, e as condições de trabalho da força policial da região. Finalmente, analisarmos diretamente os processos da Comarca.