Soldados da Borracha e o Estado Novo: representacoes da migracao nordestina para a Amazonia (1937-1945)
Produção e difusão de narrativas históricas; Estado Novo; Amazônia; Imprensa; Migração Nordestina.
Esta pesquisa analisa as representações da migração nordestina para a Amazônia durante a "Batalha da Borracha" (1942-1945) nos jornais Correio da Manhã (RJ) e Alto Madeira (RO), explorando como esses veículos articularam discursos alinhados ao projeto nacionalista do Estado Novo e aos interesses dos EUA nos Acordos de Washington. Objetiva-se compreender as estratégias narrativas da imprensa, que oscilaram entre a exaltação patriótica dos "soldados da borracha" e a ocultação das precárias condições de trabalho nos seringais, sob a censura do Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP). Metodologicamente, a pesquisa qualitativa baseia-se na análise documental de reportagens e editoriais, articulada com autores como Roberto Santos, Pedro Martinello e Roger Chartier, sob a perspectiva teórica das representações. Conclui-se que os jornais atuaram como vetores de propaganda estatal, legitimando a migração forçada e a exploração econômica da borracha, mas também revelaram contradições do regime varguista, especialmente em críticas veladas do Correio da Manhã. O estudo contribui para a história social da Amazônia, destacando o papel da imprensa na construção de imaginários políticos e suas ressonâncias.